O Casamento

     O casamento é um barco onde Deus é o comandante, o homem capitão e a primeira oficial é a mulher. O comandante é a máxima autoridade, foi ele quem arquitetou o barco, criou as regras, santificou e sacramentou tudo. Regendo com amor a tripulação, ele permite que todos assumam seus postos e cumpram as suas tarefas. O capitão é o regente, é a figura do seu superior em estado físico, honrando e amando a mulher segundo o exemplo que lhe foi dado, servindo também de referência, como aquele que não precisa de muitas palavras e sim atitudes para servir de espelho para sua posteridade. A oficial é o braço direito do seu elevado, submissa, forte, guerreira e amorosa, com um coração maior que um convés cuida de tudo e de todos com justiça e piedade.
     O namoro é uma canoa, ou, um barquinho a remo, não conseguimos ir muito longe e não é possível passar dias ou anos navegando com coisas desse tipo, são específicos para treinamento, para passear em águas calmas como em rios e lagoas, um aprendizado para algo maior. Já o noivado, é a prospecção para ir além mar, trocar o barco a motor por algo maior, que dê melhores condições de navegação, que tenha mais espaço e comporte novos marinheiros, que aguente águas mais agitadas e fortes temporais, nesta etapa é exigido mais preparo, por isso, há um trabalho em conjunto para unir forças, suprimentos, planejamento, e por fim chegar-se o acordo selado entre as partes, com o testemunhar de outros oficiais cujos os quais foram conselheiros em conjunto aos demais apoiadores.
     Entrar nesse barco não é uma tarefa simples e fácil, exige muita responsabilidade, paciência, esforço e caridade, pois essa embarcação não é como as outras, alguns não reconhecem o líder como tal, não permitem que o dono entre nela, se rebelam, o afrontam, julgam e fazem por menos, tratam como uma barca qualquer, quiçá uma balsa de travessia. Nesse transporte marítimo muitos não se arriscam a subir, outros mal entram e já querem sair, alguns nem percebem que estão nele, e infelizmente tem aqueles que optam por entrar no barco dos outros e acabam naufragando e comprometendo todos os tripulantes envolvidos.
     Dentre todas as adversidades e desafios é normal, em um dado momento, ficar desanimado, enjoado com o ir e vir no balançar do navio em águas bravias, é como se sentir combatido com as provações desse imenso mar, se entediar com o marasmo e a maresia, e chegar a pensar em desistir, aportar, voltar atrás... nessa hora o comandante torna-se Pai e todos os demais como filhos, e com sua voz mansa e calma pede que subamos ao cesto da gávea, ali mesmo onde o observador branda: “terra à vista!!!",  avistamos a rocha verdadeira, reavemos nossa fé e firmamos a nossa mão no leme, crendo no tesouro feito promessa de que um dia pisaremos na nova e plena terra firme, um novo céu, com ruas de ouro, e descansaremos, eternamente em paz.

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